quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Ela (não) disse adeus...

Está madrugada desliguei o rádio ao lado da cama e continuei a dormir... Já no carro ligo o  rádio sem olhar e lá ouço as noticias da 94,9-RJ: Trânsito, tempo, política, desgraças, humor... Sigo meu rumo. Mensagem chega no celular " A MPB saiu do ar". Olho diretamente para o dial e lá está marcando 90.3 ali me dei conta (na memória número um estava, como sempre esteve, a Rádio 90.3) que a rádio notícia que em 20 minutos tudo pode mudar falava na memória número um, rapidamente cliquei na memória dois, e lá também estava a rádio de notícias... Levei um tempo para associar o que estava acontecendo, pensei que não passava de um engano, comecei a acreditar na realidade que se fazia presente assim como em um flashback veio a música do compositor Nei Lisboa, eternizada na voz de Caetano Veloso "Que é que eu vou fazer pra te esquecer, sempre que já nem lembro, lembras pra mim..." logo me perguntei: Eu tenho um rádio ao lado da cama sintonizado na 90,3 (que só alternava para a 94,9) meu rádio do carro é sintonizado na memória um 90,3 na memória dois a 94,9 no som que fica na sala não preciso repetir? Tantos momentos juntos, transcendendo, lembrando, rindo, chorando, inspirando, criando, estudando, no banho, na rua, na chuva, na fazenda! Eu estou me sentindo desnudo dos meus ouvidos... Lidar com essa ausência será difícil, toda aquela programação todos aqueles comunicadores (não vou citá-los para não ser injusto com ninguém) farão muita falta.
Vou me esforçar caros integrantes deste lugar de sonhos, para que os melhores momentos, os momentos que vocês me fizeram sentir (os bons e os não tão bons assim) sejam suficiente para sanar está ausência que terei que aprender como lidar. E não me venham com a resposta imediada "ah! estamos on line!" Eu não tenho internet no carro, na rua, muito menos gigabytes e bateria suficiente para sanar esse vazio.


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pensei em escrever mil coisas sobre o assunto do momento que é a vitória de Dilma Roussef como a primeira mulher eleita Presidente do Brasil. Acredito sim ser este um fato marcante e histórico na história do nosso País, mas, acredito mais ainda que guarda nas mesmas proporções tamanha discriminação ao universo feminino. Ora, não é o fato de ser homem ou mulher, muito me assusta a bandeira do feminismo ser levantada tão veemente a esta altura, passada a primeira década do século 21 no mundo em que a ciência e a tecnologia são capazes de nos surpreender com coisas que "até Deus duvida" diante de tudo isso nós ainda estamos fadados a questões primarias desse tipo é o velho machismo tão 'Démodé' e o não tão velho assim, mas, tanto quanto antiquado feminismo. A questão que me parece ser a mais importante está no caráter dos planos de propostas, essas sim são fundamentais, sejam elas propostas e executadas por um homem ou por uma mulher, não importa. Estou na torcida (não por ser a nossa nova comandante uma mulher) por uma continuação de planos em execução, pelo aprimoramento de ideias e revisão do que estamos fazendo e onde podemos melhorar mais... uma coisa que é muito praticada na troca do governo é o abandono de tudo o que o governo anterior deixou em construção por "novos" planos do governo que assume, no caso de Dilma respiraremos um pouco mais aliviado em relação a isso já que no governo Lula, lá estava Dilma envolvida nas questões.

domingo, 19 de setembro de 2010

Sala Branca










Os corpos estão no chão ao fundo ouço uma música que não sei bem se celebra ou sentencia, enaltece ou entristece. Uma voz suave ao longe informa que é para dividir cada um desses corpos ao meio, como se uma linha cortasse, exatamente ao meio, dividindo o que é o lado esquerdo e o direito, assim cada um dos lados passem a ser espelhos um do outro, onde a obediência para com os lados fosse algo que não pudesse ser desrespeitado. Ouve-se mais um comando: na ausência da música estes corpos terão que quebrar, imediatamente, o sincronismo e deixar que os impulsos tomem conta de tal forma que aquele ritmo estabelecido como o espelho quebre-se na hora. Outro apontamento: os corpos busquem uma ligação entre os membros inferiores e superiores (vejo um corpo de um homem que constrói imagens que me desperta a curiosidade é algo que me prende a este corpo de desenhos múltiplos, é como durante um entardecer os pássaros depois de brigarem por árvores para saber onde passarão aquela noite, pousam em um pequeno espaço de galho demarcado e continuam seus desenhos, extremamente sutis que ainda não tinha visto em qualquer outro lugar).

Assim como num estalar dos dedos, todos os corpos já incitados são chamados a criarem seus próprios espirais por todo o espaço. A adrenalina está solta os corpos em brasas, mas, brasas leves, não sei como, mas, mesmo as grandes labaredas parecem suaves começam a andar por todo o espaço...andar não! Não como estamos acostumados a ver pessoas caminhado, não é isso! É uma forma de locomoção de deslocamento qual não estamos acostumados a ver, para uns é como se o mundo estivesse acabando e eles precisassem chegar a algum lugar, já para outros o lema “Correr pra quê”. Uma moça vem do fundo cavando com o seu quadril e com um olhar como se fosse à última coisa que está vendo na vida, um olhar fulminante que prende todos no seu tempo... Uma outra parece buscar algo como nunca buscou, seus olhos estão tão pesados quanto as suas mãos que carregam um peso e a direcionam... Um outro foge cambaleando por todo o espaço... A mesma voz que parece surgir das menores frestas indica que duplas serão formadas, eles interagem e comunicam-se e as mais variadas possibilidades aparecem, eles se inteiram um no outro, eles são espelhos, eles finalizam... Eles são fluxos contínuos...