domingo, 19 de setembro de 2010

Sala Branca










Os corpos estão no chão ao fundo ouço uma música que não sei bem se celebra ou sentencia, enaltece ou entristece. Uma voz suave ao longe informa que é para dividir cada um desses corpos ao meio, como se uma linha cortasse, exatamente ao meio, dividindo o que é o lado esquerdo e o direito, assim cada um dos lados passem a ser espelhos um do outro, onde a obediência para com os lados fosse algo que não pudesse ser desrespeitado. Ouve-se mais um comando: na ausência da música estes corpos terão que quebrar, imediatamente, o sincronismo e deixar que os impulsos tomem conta de tal forma que aquele ritmo estabelecido como o espelho quebre-se na hora. Outro apontamento: os corpos busquem uma ligação entre os membros inferiores e superiores (vejo um corpo de um homem que constrói imagens que me desperta a curiosidade é algo que me prende a este corpo de desenhos múltiplos, é como durante um entardecer os pássaros depois de brigarem por árvores para saber onde passarão aquela noite, pousam em um pequeno espaço de galho demarcado e continuam seus desenhos, extremamente sutis que ainda não tinha visto em qualquer outro lugar).

Assim como num estalar dos dedos, todos os corpos já incitados são chamados a criarem seus próprios espirais por todo o espaço. A adrenalina está solta os corpos em brasas, mas, brasas leves, não sei como, mas, mesmo as grandes labaredas parecem suaves começam a andar por todo o espaço...andar não! Não como estamos acostumados a ver pessoas caminhado, não é isso! É uma forma de locomoção de deslocamento qual não estamos acostumados a ver, para uns é como se o mundo estivesse acabando e eles precisassem chegar a algum lugar, já para outros o lema “Correr pra quê”. Uma moça vem do fundo cavando com o seu quadril e com um olhar como se fosse à última coisa que está vendo na vida, um olhar fulminante que prende todos no seu tempo... Uma outra parece buscar algo como nunca buscou, seus olhos estão tão pesados quanto as suas mãos que carregam um peso e a direcionam... Um outro foge cambaleando por todo o espaço... A mesma voz que parece surgir das menores frestas indica que duplas serão formadas, eles interagem e comunicam-se e as mais variadas possibilidades aparecem, eles se inteiram um no outro, eles são espelhos, eles finalizam... Eles são fluxos contínuos...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

"Tá cansado de quem trambica? Vote no Tiririca"

Pesquisas das eleições 2010 divulgam que o candidato a deputado federal TIRIRICA atingirá na cidade de São Paulo cerca de 1 milhão de votos. Consideramos o fato de São Paulo ser o maior e mais instruído colégio eleitoral do País, eleger o Palhaço (sim, Francisco Everardo Oliveira Silva é Palhaço por profissão desde os 8 anos de idade) com o slogan da campanha “Vote Tiririca, pior que tá não fica” é o verdadeiro retrato de indignação que a população chegou, notem, o problema não é o Tiririca falar que vai melhorar, entre outras coisas, a vida de sua família e que quando descobrir o que um deputado federal faz nos contará, o que o artista faz é o escracho do verdadeiro quadro que a nossa política vem mostrando nos últimos tempos: propinas e desvios milionários, mensalões, dinheiro na cueca e nas meias e por ai vai... O escracho que a figura do comediante representa é que se as “escuras” a população vai passando por todas essas decepções políticas a hora é essa, falar e cumprir de fato o que boa parte dos políticos têm feito lá que é melhorar e prezar por interesses pessoais, aí está o estupendo serviço que este artista está prestando a nossa sociedade (e a gente fazendo a nossa parte que é elegê-lo com disparidade de votos) Se eleito, seus colegas da Câmara do Deputados no mínimo terão que ficar intrigados com o fato de ter entre eles um Palhaço eleito pelo povo. “Chega de abestados...”